Cacos no Chão

Decepções e desilusões
Sempre quebram conceitos
Estilhaçam esperanças,
Despedaçam algo de nós
E os cacos ficam lá,
No chão,
Como um memorial
Ao caos e à desordem.

Às vezes choramos só de lembrar
Antes tudo fazia sentido
Tudo estava indo muito bem
Até que uma explosão dolorosa
Cruel e devastadora
Deixou nosso peito apertado
Nossa boca sem palavras
Nossa alma desconsolada.

Alguns se aproximam de nós
Pra pôr o dedo na ferida
Cheio de prazer na desgraça
Aumentam o abismo instalado
Se aproveitam da instabilidade,
Da fragilidade e da humilhação
Para se sobressaírem sadicamente
Amigos de Jó, são eles.

Há uma luz no fim do túnel?
Há amigos de verdade?
Há bondade em meio a tanta maldade?
Fico me perguntando
Enquanto recolho os cacos no chão
Cacos de mim mesmo
Forças exauridas, beleza trincada
Folha rasgada, parede rachada.

Peças de um quebra-cabeça
Sem saber se é possível reencaixar
Dá pra restaurar a imagem perdida?
Ou preciso redescobrir um novo horizonte que se apresenta?
Nova paisagem, novos traços
Um novo eu, a partir do caos
Ressurgindo das cinzas
Reinventando a história

 

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Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz

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