Tu vens que empresto a ti meus olhos.
Não tenhas medo, guiar-te-ei pelas ruas.
A selva de pedras nos aguarda
Barulhenta, sedenta, silenciosa
A recolher olhares, palavras, prosas.
Tu vens que empresto a ti meus olhos.
Serei teu guia, levar-te-ei por aí
Para tu veres o que não tens enxergado.
O tempo passa – a paisagem se transforma,
Está esfriando – é noite,
Estou no meio de muitos – estou só.
A lua está se escondendo,
Não quer testemunhar
Meu olhar sobre a selva de pedras.
Os carros passam,
Pessoas caminham – buscam a forma ideal.
Muitas na enxergam ao redor,
Correm como se estivessem
Fugindo de si mesmas.
No centro, a noite é fria;
Pior é na periferia
– Irmãos adoecem – de frio, de fome.
Na selva de pedras
A realidade é crua.
Crianças famintas – sem blusas
– cadê o agasalho? Cadê?
Na panela, só arroz – cadê o feijão,
O pão, a mistura?
Que mistura?
Tu vens que empresto a ti meus olhos
Para tu veres a paisagem…
Luiz Lima
Extraído do livro “Teus Olhos”
coisasdalma@hotmail.com
PARABÉNS Luiz! Muito lindo!
também amei o texto!
Muito obrigado, Rodrigo!!!
Muito obrigado, Maria Ap. G. Rodrigues!!!
Muito obrigado, Maria Ap. Girotto Rodrigues!!!
Sempre tão profundamente observador… enriquecedor “mergulhar” em sua ótica… aaamo!
O Luiz realmente é maravilhosamente provocativo… é o tipo de provocação que nos faz perceber o mundo como ele é… e o tipo de pessoa que precisamos ser!
Muito obrigado pela gentileza, Rodrigo!!!
Cheila, muito obrigado pelo carinho e gentileza!!! Abraços!!!