Quem é você?

Quem é você? Quero te conhecer! Só faz sentido essa jornada se eu saber qual é a tua, o que você sonha, o que te aflige, quais são os seus gostos, o que já aprendeu na vida, quais tuas marcas, qual a história por trás dessas cicatrizes, que decisões tens tomado na vida.

Todos nós estamos construindo um perfil, um caráter, uma certa forma, uma definição sobre nós mesmos! Talvez aos 85 anos de idade (se chegarmos a tal patamar) diremos: hoje sei o que sou, hoje compreendo o porquê da jornada, hoje me defini em áreas outrora questionadas.

Há pessoas que não assumem o protagonismo da própria história, se deixam ser moldados totalmente por outro. É o namorado que em sua passividade aguda não opina, não é sincero, evita os atritos a todo custo para não perder a sua amada. Que desastre! É o filho cuja missão primordial de vida é atender às expectativas dos pais, nunca assume a própria construção de vida se tornando assim refém dos seus progenitores. É o artista que por medo de perder a popularidade não assume quem de fato é, se reduzindo assim a mero fantoche do mercado. Os casos de pessoas que deixam a vida levá-las, sem que haja nenhum tipo de direcionamento ou gestão dos objetivos são inúmeros. Há quem inclusive romanticamente alegue que não conduzir nada é a melhor forma de viver. Que infelicidade!

Há outros, no outro lado do pêndulo, estão com o controle nas mãos, decidem, definem as metas de maneira bem clara, avaliam os resultados e se tornam até neuróticos quando alguma coisa sai dos trilhos. Estes, geralmente tendem inclusive a controlar a vida dos outros, criando expectativas inflexíveis para com os que estão ao redor. São seguros apenas até o inesperado acontecer, geralmente possuem dificuldade de se adaptar, pois seus olhos estão fixados nos alvos que estabeleceram para si.

Eu, particularmente acredito, que nem lá nem acolá é o caminho da sabedoria. De certa forma devemos gerir nossa vida, de certa forma devemos nos deixar levar. Em parte sabemos onde devemos chegar, em parte não sabemos. Há absolutos a serem preservados, mas também há coisas que hoje são inquestionáveis e que precisam ser relativizadas para ganharem um novo significado em nós. É a isso que chamo de “reinvenção”. Reinvente-se! A gente precisa morrer e ressurgir muitas vezes na vida para realmente caminharmos na direção do que é bom!

É como a própria natureza ensina: o sol faz os líquidos evaporarem, esses gases se acumulam, são despejados sobre a terra em forma de chuva, isso rega a terra, faz as árvores darem os seus frutos e o ciclo se repete, debaixo para cima, de cima para baixo! Uma espécie de “ciclo inventivo” precisa acontecer em nós: aprendemos, elaboramos, vivemos, erramos e acertamos, criamos novos aprendizados a partir disso, elaboramos novamente, vivenciamos novas práticas, erramos e acertamos, e por aí vai.

Não é fácil se reinventar! É mais fácil querer estar no controle o tempo todo e mais fácil ainda deixar os outros nos guiarem, porém, aprender com os erros e acertos, revisitar os aprendizados, fazer novas elaborações, se reinventar dia após dia é tarefa para os mais corajosos dos homens, só esses conseguem crescer na graça e no conhecimento porque não se apequenaram, não se mediocrizaram, não se acomodaram aos padrões deste mundo, pelo contrário, estão sendo transformados pela renovação do entendimento. Renovação!

Renovação, reinvenção, manutenção dos ciclos de vida em nós.

Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz
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Quem é você nessa história? O guiado pelos outros, o controlador de tudo ou aquele que se está se reinventando a cada fase da vida?

5 comentários sobre “Quem é você?

  1. É como o cão que tenta morder o próprio rabo. A retroalimentação daquilo que nos fortalece, que nos alimenta cotidianamente . Essa é arte de reinventar-se , de pincelar com nuances e matizes aquilo que tinha outro colorido e agora não mais. Viver é reinventar a roda, o cabelo, as mãos, a conduta, e principalmente a ética do Reino, aprofundando sempre a consciência no evangelho….
    Reinventar-se é existir com sentido e significado…

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