A criança em mim

Tenho uma criança em mim que não quero que cresça jamais! Eu falo desse lado brincalhão, divertido, espontâneo, que gosta de banho de chuva, de chutar bola no gol, de pintar com lápis de cor, de virar e revirar o gato no tapete de tanto carinho, de dançar uma música animada, mesmo sendo travadão, durão e desengonçado, sem me importar com nada nem com ninguém.

Essa criança em mim me faz confiar antes de desconfiar, acreditar antes de desacreditar, perdoar antes que a mágoa crie raiz, sonhar antes de pensar em considerar o ceticismo e o pessimismo. Sou desses que gostam de imaginar, de fantasiar, de assumir um personagem no vídeo game e imaginar-me nas possibilidades daqueles desafios, como se fossem realidade.

Gosto de raspar a panela, a colher, de pular na piscina de bolinhas, de subir no escorregador, de sentar na gangorra, de trepar na árvore, de ficar olhando para o reflexo da água observando os movimentos dela, motivados pelo vento. Gosto da terra, dos pés descalços na grama, de colher amora do pé, de chupar manga até me lambuzar, de cantar no banheiro por ter mais eco e me sentir em pleno show autoral.

Gosto de abrir presentes, de me sujar de chocolate, tomar refrigerante no saquinho e com canudinho, colecionar brinquedos de super-heróis, gosto dos gestos simples, do amor demonstrado nas pequenas coisas, amo o barulho da chuva, das ondas quebrando na praia, dos pássaros enamorados no topo das árvores.

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Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz

 

 

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