Eu não tenho dúvidas de que algo muito profundo, puro e verdadeiro tinha acontecido comigo em 2003, na minha relação com Deus. Sei disso pois, isso de fato mudou para sempre os paradigmas e as estruturas do meu ser.

Um blog para quem é caminhante aprendiz, ou seja, alguém que aprende com os erros e acertos na vida, alguém que deseja refletir e descobrir quais são as verdadeiras importâncias da vida e sua essência!
Eu não tenho dúvidas de que algo muito profundo, puro e verdadeiro tinha acontecido comigo em 2003, na minha relação com Deus. Sei disso pois, isso de fato mudou para sempre os paradigmas e as estruturas do meu ser.
Eu diria que esse livro é, antes de tudo, um registro das transformações que ocorreram em minha fé ao longo dos anos até o atual momento e, também, uma tentativa de provocar em você, caro leitor e leitora, o desejo de repensar a sua fé em Jesus justa-mente para aprofundá-la e aperfeiçoá-la, como também tenho tentado fazer.
Cuidar de pessoas nunca deveria ser uma troca, pra que o outro frequente a reunião, traga seus dízimos e se afilie à instituição da qual fazemos parte. De graça recebemos, de graça devemos dar, disse Jesus. Pastorear é uma vocação, não é um negócio. Cuidar de pessoas é como “ser um mendigo que encontrou pão e quer repartir com o outro mendigo”. Pastorear é incluir o problema do outro em sua própria disposição mental de fazer parte da solução do mesmo.
Vivemos num tempo de tamanho ceticismo que pra ficar bem com os antirreligiosos a gente tem que negar a própria fé que possui, e para ficarmos bem com os religiosos, precisamos dogmatizar todo o pacote que nos ofereceram como verdade absoluta.
Transforme uma instituição cristã numa máquina religiosa, com fim em si mesma e veja pouco tempo depois ela se tornar um antro de todo tipo de doença psicológica, moralismos, uma fábrica de fariseus.
Mostre-me um só momento em que Jesus tenha adorado o Pai nos moldes atuais de adoração? Isso será impossível, pois você não encontrará nada que dê base para isso. No máximo você conseguirá citar o único momento, em todos os evangelhos, em que Jesus cantou uma canção depois da ceia (que inclusive fazia parte da liturgia judaica da festa pascal).
A princípio, meu objetivo não era me desligar da denominação que fazia parte, nem das pessoas que tinha o privilégio de cuidar na função pastoral (afinal de contas, estávamos em 2013 e portanto fazia 10 anos que fazia parte daquilo tudo, já havia construído uma história ali), porém, depois que fui procurado por um dos líderes da região, com a orientação de ter de fazer determinadas campanhas para melhorar a arrecadação financeira do povo, minha consciência ficou em cheque! O que antes não era um problema pra mim, pela minha antiga maneira de pensar, agora, por outro lado, me pesou o coração, me entristeceu, me deixou numa encruzilhada, já que havia algum tempo que não acreditava mais na coerência dessas campanhas.
Você poderia me perguntar: Então você é um ateu tentando desconstruir a fé cristã lutando para disseminar o ceticismo no mundo? Também não! Longe disso. Embora eu não possa negar que tenha me tornado ateu de certas crenças pregadas tradicionalmente como sendo cristãs, e que foram transformadas em tradição e cultura religiosa, ao mesmo tempo, não posso deixar de afirmar que me sinto e me vejo mais discípulo de Jesus hoje, do que em qualquer outro período da minha história de vida!
Gostaria de publicar o livro "Minha fé se discute" como uma forma de registrar essa evolução, percorrendo os caminhos de transformação que minha fé percorreu até aqui, provocando uma reflexão sobre aquilo que da fé cristã é possível discutir, dialogar e questionar.