O ensino de Jesus só se completa em nós quando vamos e fazemos, vamos e praticamos, vamos e aplicamos aquilo no cotidiano da vida. Sem isso, nada vale a pena.

Um blog para quem é caminhante aprendiz, ou seja, alguém que aprende com os erros e acertos na vida, alguém que deseja refletir e descobrir quais são as verdadeiras importâncias da vida e sua essência!
O ensino de Jesus só se completa em nós quando vamos e fazemos, vamos e praticamos, vamos e aplicamos aquilo no cotidiano da vida. Sem isso, nada vale a pena.
Eu preciso de alguém, preciso de pessoas, preciso de iguais! A autosuficiência é uma ilusão, é uma falácia, sou chamado a viver em comunidade, em amizade, em estado de cumplicidade. Isso nos remete ao verdadeiro sentido do amor, que implicitamente, envolve um outro, igual, que merecendo ou não, é alvo da atenção e misericórdia de Deus (e portanto, da nossa também - ou deveria ser). Essa espiritualidade subjetivista, individualista, onde se busca a própria benção, a própria salvação, a própria graça está a quilômetros de distância, longe do evangelho de Jesus. Deus escolheu ser amado no próximo!
Fazer discípulos está para além de passar uma informação adiante, é ser Jesus para o próximo e ver Jesus no próximo, numa relação de cumplicidade e amor. Ser Jesus para o próximo fala da dimensão de serviço, onde procuramos formas de sermos úteis e reproduzirmos com palavras e ações tudo quanto Jesus tem dito e feito. Ver Jesus no próximo fala da reverência que precisamos ter diante daquele que foi criado à imagem e semelhança de Deus, portanto, isso demanda paciência, postura de não julgamento, receptividade e empatia. Fazer discípulos é andar junto, sofrer junto, lutar junto, viver em comunhão.
A religião dos judeus tentava delimitar Deus, restringir Deus, determinar os espaços que Deus podia ir e Jesus mostrou por muitas vezes que o mundo de Deus é muito maior, que a vida está aqui, ali e além. Quem decide enxergar só o "aqui", viverá sempre achando que esse "Deus" só pode chegar onde "ele" consegue carregá-Lo.
Sempre que perguntam sobre como foi a minha experiência de conversão digo a mesma coisa: "é como se os meus olhos passassem a enxergar um novo mundo à minha volta". Esse descortinar de realidade e a nova vida nessa nova realidade é o que o verdadeiro arrependimento produz.
Essa teologia fugitiva, que procura em outro espaço físico o paraíso pronto, realizado, consumado e que, portanto, nos convida a ignorarmos os problemas terrenos (como ecologia, política, economia, etc) está completamente distante do ensino de Jesus.
Morrer para si é realmente um pré-requisito básico para todo aquele que deseja seguir a Jesus. Ninguém cheio de si aguentará o Caminho de Jesus. Constantemente Jesus nos chama a deixar o nosso conforto de lado para dar vazão a um significado maior do que nós mesmos, isso exige aquilo que Ele mesmo chama de "negar-se a si mesmo e tomar a cruz diariamente". O ego como reconhecimento de si mesmo diante da vida (que é composta por muitos outros egos) é parte integrante da vida; mas o ego como culto a si mesmo (ego-ísmo) é, com certeza, o maior impeditismo para a verdadeira vida de Deus em nós!
A experiência de Deus é muito mais profunda do que adotar uma mera filosofia de vida. Digo "mera" de propósito, visto que que uma filosofia de vida ainda está num nível superficial em relação à experiência de "participar da natureza de Deus". É muito mais profundo, visceral e essencial! Passa pelo nível da razão, mas a transcende. Transita pela filosofia, mas a supera. É ter um "ente" miscuido com o próprio "eu". É ser habitação da divindade. É mergulhar nas regiões do inimaginável, é tornar um impossível possível pela fé. O justo viverá pela fé. Cristo em nós, esperança da glória.
É muito triste pensar que muitos de nós transformamos Deus em um subserviente ao seu dispor, pra produzir o tipo de vida que achamos que seja melhor para nós. O resultado disso é que oramos de forma muito egoísta, achamos que as coisas ruins não chegarão perto de nós (estamos blindados) e que Deus sempre haverá de nos responder conforme a nossa vontade! Com o que Paulo escreveu aos Romanos aprendemos que "todas as coisas cooperam com o objetivo que Deus tem de nos transformar à semelhança de seu Filho Jesus".
Essa experiência do renascimento é realmente um mistério lindo! É como se um portal se abrisse diante de nós, é como se nossos olhos enxergassem um novo mundo, é como se experimentássemos um grande "eureka! isso sim é viver". Isso é mais poderoso do que qualquer tipo de droga, pois a droga pode causar "sensações incríveis" enquanto você paga o preço caro do "controle sobre sua mente e da dependência física e psicológica que você adquire" (sem contar que seus efeitos são repletos de autoengano); já o renascimento te eleva a um novo viver em PLENO ESTADO DE CONSCIÊNCIA (cheio de verdade e justiça).