Quando levo meu rosto junto ao seu
Colando nariz com nariz
E minha boca se aproxima da sua
Num primeiro momento sem se tocar
Sinto sua respiração quente
Interagindo com a minha
É como uma troca que alimenta
É uma vida gerando outra vida
E, então, nossas bocas se aproximam
Ficam entreabertas à espera do primeiro toque
E quando, enfim, se tocam, a respiração e a boca criam sintonia
Conexão, química pura, entramos em um portal
Que nos leva a um lugar de delícias,
Cujos movimentos geram prazer e graça
A cada atrito de peles, lábios, bochecha
Percorro seu corpo como que saboreando uma deliciosa sobremesa
Doce, suculenta, cuja textura derrete e se rende completamente
Nesse ponto, já não me sinto em par
Me sinto em fusão, me sinto um só
Um corpo, uma alma, um espírito
Namorando por dentro e por fora
Tocando a essência e a visceralidade do ser
Respirando sua essência e sendo respirado por inteiro
Tocando e sendo tocado, venerando e sendo venerado
Numa comunhão que transcende até a eternidade.

Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz

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