Nessa não tão longa estrada da vida, já refleti sobre a felicidade sob vários ângulos diferentes. Já percebi que a felicidade não tem a ver com a satisfação dos desejos ou necessidades externas, nem com a competição por uma estética de vida que nos coloque no topo em comparação a outras pessoas, também ser feliz não tem muito a ver com troféus ou conquistas socialmente validadas. Já encontrei muita gente infeliz sob essas condições.

Felicidade é, dentre outras coisas, estar no próprio eixo, é explorar bem os bons potenciais que possui, é caminhar na direção do que faz sentido pessoalmente desde que não prejudique ninguém, é buscar o que se descobriu como missão pessoal de vida, é muito mais o caminho do que a chegada, é muito mais o processo do que o resultado final, é muito mais a realidade interna do que a externa, é muito mais o que se adquire de significados e aprendizados do que qualquer outra coisa.

Recentemente descobri uma nova faceta da felicidade: a do viver sem desespero! Felicidade é viver sem desespero, sem fuga, sem medo de se encarar, sem reações automatizadas que se dão através de realidades psicológicas mal elaboradas. É ser capaz de olhar a própria subjetividade nua com todas as suas nuances e se aceitar, se perdoar, entrando nos “quartinhos bagunçados” e colocando luz sobre tudo o que se desarrumou, sem medo da poeira, dos rachados da parede, do mofo e daquilo que pode e precisa ser melhorado.

Depois de muitos anos fugindo de mim, da minha realidade interior, dos ambientes sujos da minha alma, a felicidade voltou a me visitar com essa característica: sem desespero! Tudo pode acontecer na minha vida, estar só ou acompanhado, viver nessa cidade ou em outra, trabalhar nessa ou naquela profissão, mas sinto que a minha felicidade não depende mais da resolução dessas realidades. O desespero faz a gente pular de galho em galho, de ambiente em ambiente, de viagem em viagem, de pessoa em pessoa, de grupo em grupo, de novidade em novidade, tentando suprir uma falta que produz angústia e desespero. Quando a falta deixa de ser desespero, tudo muda. A mente se expande, as percepções se alargam, a alegria de viver sobra e o amor nos conduz pela vida.

Bora viver e celebrar a felicidade!

Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz

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