Oh, coração
Sei que és cigano
Que gostas de perambular
De conhecer universos
De provar de abraços
De receber carinhos.
Peço-te, todavia, que apenas nessa hora,
Que no tempo dessa despedida
Te aquietes dentro de mim
Como uma parada obrigatória
Pra ver e rever toda a história
E aprender que despedir-se é um processo
Que não pode ser pulado,
Ignorado, postergado, nem abandonado
É preciso chorar todos os choros
Se arrepender de todos os erros
Que a consciência conseguir alcançar.
É preciso ter a coragem de jogar fora todas as cartas
De rasgar todas as fotos
E de ouvir, de uma vez por todas, as músicas que apontavam para trás
Não com raiva, nem com rancor
Mas, na consciência de que só vale a pena estar
Com quem tem o mesmo desejo de estar
E que histórias, às vezes, tem fim
E que foram lindas enquanto duraram
Enquanto foram vividas
Enquanto foram gozo, paz e graça dentro de nós.
Oh, coração cigano
Desfaça suas malas por um tempo
Aprecie a paisagem sem se mover
Se acostume à boa e necessária solidão
Pra que aprendas que a pressa nem sempre é vida
Que o quarto escuro nem sempre é mau
Que o silêncio pode ser seu amigo
E isso, de forma alguma, é perder tempo
Mas, sim, dar tempo para a necessária despedida
Daquilo que não volta mais
Oh, cigano coração
Seja sua própria companhia
Cuide melhor dos seus próprios passos
Olhe pro mapa com maior atenção
Reflita com mais afinco na escolha dos teus caminhos
Pra que o que quer que escolhas
Seja para viver bem, leve e feliz
E não para reproduzir as angústias, os traumas
e os assuntos mal resolvidos do passado.
Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz
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