Me descobri pastor em 2005, quando preguei pela primeira vez num culto de jovens, cujo assunto abordado foi sobre o processo de mudança de vida do apóstolo Paulo. De lá em diante, tudo o que exerci na função pastoral, seja nos pequenos grupos, seja na liderança de uma comunidade maior, seja no agregamento de pessoas em ambientes virtuais e presenciais foi absolutamente fundamentado pela minha consciência de vocação e não pela necessidade de recursos financeiros.
São 20 anos me dedicando com afinco ao espalhamento das boas notícias do ensino de Jesus, utilizando todos os meios e recursos que possuia, dialogando com pessoas de idades, lugares e maturidades diferentes, e se Deus me permitir, assim o farei até o fim da minha vida. Os que me acompanham desde os primórdios e aqueles que chegaram recentemente são minhas testemunhas.
A minha grande alegria e satisfação sempre foi me oferecer como pastor a quem quer que precisasse de um companheiro de jornada, independentemente de placa, credo, religião, status quo, formação acadêmica, profissão, etc. Aprendi com John Wesley que “minha paróquia é o mundo”.
Nunca recebi salário pra realizar o que faço. No máximo, num período de 5 anos, como presbítero de uma determinada igreja, recebia o pagamento do aluguel da casa em que morava e uma cesta básica como ajuda de custas. E mesmo naquele tempo, sempre procurei dar mais do que recebia, servir mais do que era servido, ajudar mais do que era ajudado, sempre exerci esse ministério por puro amor e gratidão a Deus, tentando não ser pesado a absolutamente ninguém, sustentando pessoalmente todos os projetos que iniciei ou com os quais me envolvi.
Em identificação com o Movimento Caminho da Graça desde 2010 e pertencendo oficialmente ao movimento desde 2020, continuo fazendo tudo o que faço voluntariamente, servindo no mesmo espírito e amor à essa obra que é graça de Deus pra vida de todo aquele que se sente chamado para exercer o mesmo serviço.
Pastorear é cuidar de pessoas, é acompanhar suas trajetórias de vida como um irmão disponível, seja pra orar, aconselhar, fortalecer, inspirar, mostrar possibilidades, fazer pensar, e principalmente, ser um humano que aponta pra Jesus como o Verbo, o autor e consumador da nossa fé.
Pode ser que um dia eu possa exercer essa tarefa sem me preocupar com meu sustento financeiro, vivendo exclusivamente para isso, mas enquanto isso não acontece (e talvez nunca aconteça) continuarei trabalhando com todas as forças pra dar conta de mim, da minha filha e das boas iniciativas que a graça de Deus me permite realizar em favor dos que me têm como seu amigo-pastor.
Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz
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