VERDADE! Já ouvimos tanto falar nessa palavra, que suspeito termos perdido um pouco do seu significado; é como se estivéssemos dessensibilizados pelo acúmulo de experiências com o termo. Tantas pessoas advogam para si a prerrogativa de serem “conhecedores da verdade universal”, tantas bandeiras são levantadas, tantos discursos são oferecidos, ficamos como que perdidos em meio às “verdades” proclamadas como absolutas e sem as quais, supostamente, não podemos viver.
Quero, intencionalmente, nesse texto transitar do conceito de “verdade universal” para um conceito mais simples, básico, individual e, mais ainda, pessoal. A verdade do que somos e do que estamos nos tornando. É dessa verdade que não podemos, de jeito nenhum, fugir. Essa verdade é como a essência da nossa identidade. É a verdade dos traumas, das marcas, das conquistas, do que sentimos profundamente, do bem e do mal que nos habitam, a verdade dos nossos sonhos, da nossa vocação, da nossa fé. Somos frequentemente convidados à nos afastar da nossa verdade, especialmente quando ela não é socialmente aceita, compreendida e bem vista. Ninguém quer ouvir depois de um “olá tudo bem?” a verdade de que não estamos bem e de que precisamos de muitas coisas que nos fazem nos sentir péssimos. Esse pequeno exemplo é aplicado em múltiplas outras realidades da vida como “convite social ao protocolo, ao teatro, ao personagem, ao faz de conta”.
Quando decidimos mergulhar na fantasia dos personagens que nos são demandados, passamos a “brincar de viver” e tudo passa a ser superficial. O outro não se relaciona com você, mas com o personagem que você ofereceu pra ele se relacionar. Isso explica o porquê de nós, como sociedade, produzirmos tanta etiqueta, tanta formalidade, tanta tentativa de causar impressão (e com isso tanto moralismo, hipocrisia e falsa aparência) e tão pouca relação profunda de amor. Onde não há sinceridade não há verdade. Onde há máscaras, não há verdadeira troca entre realidades. Só a verdade é capaz de produzir amor verdadeiro, para além do politicamente correto ou das “normas” sociais.
Quanto mais nos aproximamos dessa verdade de quem somos e mais oferecemos isso aos outros como possibilidade de relacionamento, mais nos “distanciamos” de quem gosta de máscaras e mais “chegamos perto” de quem gosta da verdade! Eu não tenho dúvidas de que sou “indigesto” pra muita gente. Muitos não se aproximam de mim pelo que sinto, falo, faço, simplesmente por eu ser quem sou, ou seja, eu. Isso me traz culpa, tristeza, angústia? De forma alguma! Nunca tive vocação para a unanimidade. Se houve um tempo em que buscava a aprovação das pessoas ao meu redor, esse tempo ficou há muito pra trás. Quero ser fiel ao que acredito, à verdade que me habita, à minha essência.
Se está doendo, expresso essa dor. Se estou perturbado, coloco pra fora tal perturbação. Se estou feliz, expresso essa felicidade. Se estou em paz, pacifico tudo o que eu puder ao meu redor. Mas não se engane, isso não tem a ver com destempero, desmedida, irreponsabilidade ou inconsequência. Até porque dentro de mim também habita o amor que equilibra tudo, ele define o modo, a quantidade, o ambiente e a qualidade do que é expressado. A verdade sem amor mata! A verdade em amor liberta.
Está aí duas palavras que definem muito bem a divindade: amor e verdade. Não é à toa que Jesus disse “eu sou a verdade” e João concluiu que “Deus é amor”. A verdade em amor e o amor em verdade são a expressão mais profunda do que seja saúde, equilíbrio, vida e paz. E conhecendo o amor e a verdade, somos cataputados a uma experiência de libertação profunda e transformadora. Essa experiência nos leva pra lugares que jamais imaginamos estar. Tudo o que acontece na vida passa a ser ambientes propícios para exercer esse amor e verdade. O Reino de Deus tem em seu fundamento o amor e a verdade.
Tem que ter peito pra bancar a própria verdade, pra assumí-la com todas as suas consequências. Poucos tem coragem, mas quem decide nessa direção não quer voltar atrás jamais. Sair da gaiola e voar nos leva a uma experiência que nos faz não desejarmos mais voltar para o conforto das grades antes que nos aprisionavam. É o amor e a verdade atuando em nós, colocando cada coisa no seu lugar, mostrando cada coisa segundo seu próprio tamanho e nos convidando a transcender a mediocridade das máscaras, do faz de conta, do fazer média com os outros e nos mergulha o âmago da vida abundante (vida que jorra, que vaza, que transborda, que é fonte de sabedoria, que é intensa e feliz).
Rodrigo Campos
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