Construir é um processo natural, que acontece desde a infância, onde toda base de pensamentos sobre a vida é formada sob a influência do pensamento e da visão de mundo das pessoas que nos influenciam (pais, amigos, parentes, professores, mentores).
Construir nossa visão de mundo nem sempre significa ter uma visão realista das coisas. Nem sempre a verdade é o que fundamenta nosso olhar. Temos pontos cegos, ignorâncias, visão nebulosa, pensamentos não refletidos (portanto, meramente repetidos), percepção não aperfeiçoada. Isso nos leva à necessidade de sofrer processos de desconstrução!
É uma espécie de calibração da percepção.
Desconstrução não é o mesmo que destruição! Destruir fala do mero ato de matar, acabar, finalizar algo. Nós não matamos pensamentos, não destruímos totalmente aquilo que aprendemos, mas sim, elaboramos, desconstruímos pra construir, colocamos as crenças na mesa pra aperfeiçoá-las, entendendo suas nuances.
Desconstruir começa com a capacidade de CRITICAR, QUESTIONAR, OLHAR DE FORMA MAIS APURADA as nossas certezas mais absolutas. Isso exige coragem, afinal de contas, as nossas certezas trazem certo conforto e segurança a cada um de nós. Nós seres humanos levantamos bandeiras por causa das nossas certezas, guerreamos, discutimos, debatemos, somos intensos e categóricos por causa das nossas certezas. Questioná-las, olhando com mais cuidado cada uma das nossas certezas demanda flexibilidade e honestidade em nossa busca pela verdade.
Onde quer que haja um ambiente hostil à questionamentos, críticas e olhares apurados, aí há um ambiente catequizador, proselitista e dominador. Por que ter medo de questionar, se temos tanta certeza de nossas verdades? Se é verdade, isso não ficará de pé diante das perguntas e da análise? Se a nossa verdade não pode ser questionada, revela que não temos tanta certeza assim de que ela realmente seja verdade.
Desconstruir passa pela HONESTIDADE INTELECTUAL de quem NÃO TEM MÉDIAS A FAZER. Se aquilo que cremos ser a verdade se mostrar verdadeiro, precisamos manter aquela consciência em nós ainda que seja impopular e contrarie a maioria das pessoas. Já se nossa verdade se mostrar infundada, vacilante ou no mínimo duvidosa, precisamos ser honestos o suficiente para relativizá-la, mesmo que a maioria creia como verdade absoluta.
Honestidade intelectual é a base de qualquer análise de pensamento, pois é ela que nos provê do mínimo de imparcialidade e isenção diante da nossa busca na direção da verdade. Sem honestidade intelectual a gente se sabota, a gente se deixa levar por paixões e isso macula toda nossa busca.
Desconstruir só é possível quando DESEJAMOS CONSTRUIR UMA VIDA SOB UM BOM ALICERCE. Desconstruir por desconstruir é mera destruição. Não é apenas uma questão de saber no que NÃO devemos crer, mas também naquilo que OCUPARÁ esse lugar demolido. Sem esse desejo de construir, seremos apenas um terreno baldio, sem vida, com ruínas, com rastros de demolição, porém sem utilidade alguma pra gente nem pra ninguém.
Não é uma questão de descobrir apenas que tipo de vida não queremos ter, mas sim, que tipo de vida realmente queremos viver! Se eu apenas desconstruo, o trabalho foi feito pela metade; há um monte de pessoas que pararam por aí e estão perdidas nas suas ruínas psicológicas. Começaram a demolir certas ilusões com afinco, ficaram feliz pelo processo que se instalou, mas depois de demolidas, perderam-se por não fazerem o processo mais importante que é a nova construção (a tal da reinvenção).
Pedro sofreu essa desconstrução. Ele pensava ser capaz de morrer por amor a Jesus; mas Jesus o advertiu: Você morrer por mim? Em verdade te digo, que antes que o galo cante você me negará 3 vezes! Mas Pedro insistiu: de forma alguma te negarei!
Pedro tem pontos cegos no seu autoconhecimento. Ele se acha capaz de coisas que não é capaz. Ele era alguém que queria muito que sua crença fosse realidade, mas naquele momento histórico ainda não era. No futuro Pedro morreria por causa do evangelho, mas naquele momento aquilo que não refletia a realidade de seu ser e Jesus o chama para uma desconstrução. Pedro não era capaz nem de pregar a um estrangeiro, por considerá-lo impuro. Haviam muitas desconstruções a serem feitas no seu interior. Mas, a grande diferença entre JUDAS e PEDRO, é que Judas ao ver a realidade do seu interior desnudada pela crucificação de Jesus, ele simplesmente desistiu! Desconstruiu e morreu. A verdade apareceu, mas ele infelizmente se entregou ao desespero! Pedro, porém, arrependido se abriu para a reconstrução, a reinvenção, o aprimoramento de si em Deus e isso durou sua vida inteira.
Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz
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