Estalos de Leitura #19 – Rafael de Campos

Aquela que não toma como prerrogativa ser uma ciência, é a mãe de todas; é um conhecimento, um saber que 1) tudo estuda pelo simples fato de que tudo pode ser analisado filosoficamente e, 2) estuda o todo, não só as partes, como faz as ciências.
A história da Filosofia diz que certa feita Pitágoras (570 – 495 a.C.), o matemático e criador da teoria da metempsicose, o famoso teorema etc., foi chamado de ‘sábio’ e, por achar esse nome muito elevado para si mesmo, retrucou: me chamem simplesmente de filósofo, isto é, “amigo da sabedoria”. Nasce então o conceito em termos mais racional.

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Diderot, o enciclopedista, afirmou: “Apressemo-nos a tornar a filosofia popular!”.
A popularização da filosofia dá (minimamente) ao ser humano a consciência necessária dos processos para uma reversão da perversão democrática. A filosofia permite, de algum modo, em algum nível, que pessoas racionais mantenham sua capacidade de pensar; que conteúdos culturais e tecnológicos nos forjem um entendimento da diversidade e pluralidade – aspectos de operação da realidade que faltam àqueles de caráter maligno e perverso.
Que diante da animosidade política momentânea, possamos nos apressar em dizer, pelas vias tecnológicas, pelas meios de comunicação, pelos encontros formais e informais… que cada pessoa deve estar ciente de sua parcela de culpa em relação a opressão de si mesma e do outro entorno.
A filosofia não salvará ninguém da opressão (causa quase irreversível), mas poderá ser um alento em tempos institucionalmente conservadores e de relegação (abandono, preterição) total do diferente.

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Ai está um filósofo, sociólogo e artista de rua que deveria ser ouvido… Não porque é “douto” nas áreas, mas porque sabe desmontar a realidade tal qual situamos pela experiência do real. Ouvi-lo te dará: ou um comichão na razão, ou te fará ignorar-lo veementemente. Mas ai é onde o problema se instala. Para quem gosta de refletir nos ‘favos’ de sabedoria de um artista de rua.

Na mesma esteira de Eco em ‘O Fascismo Eterno’: assim como o fascismo, a ignorância sempre se reveste de civilidade.

O fanatismo, esse “gene mau” do ser humano — como dirá Amoz Oz — mais antigo do que todas as instituições instituídas, é simplesmente uma luta contra o pragmatismo, o pluralismo, a tolerância, isto é, contra tudo o que achamos que não deveria se encaixar em nossa experiência para com o outro. O cristão ou o islã fanático, como exemplo, não quer o pluralismo surgindo na sociedade então vê como algo ruim o pluralismo. Por ser fanático, fazer cessar ou explodir será sua forma de eliminação do que é ruim.
Aplique às políticas e saberá os tempos que vivemos pelo discurso e ação.

Rafael de Campos
elfaracampos@hotmail.com
Rafael de Campos

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