Não tem jeito, é inevitável, a despedida chegou. A gente adia, faz de conta que não vai acontecer, disfarça, dá de ombro, tenta fazer esse momento desaparecer sendo indiferente a ele, mas tudo foi em vão, é tempo de dizer “tchau”, ou melhor, “até logo”.

Deus é testemunha do quanto amo estar perto de vocês, de quanta alegria sincera e espontânea brotou nesses dias em meu coração, só por estar no mesmo ambiente, debaixo do mesmo telhado, repartindo o mesmo espaço físico que cada um de vocês.

Cada encontro tem sua característica, cada viagem tem sua tônica. Na primeira, um acampamento e algumas horas num shopping center, na segunda dias de festa junina, encontros informais, corrida com o Rui, casa de recuperação para dependentes químicos e culto de jovens, na terceira, os jogos, as caipirinhas, os lanches, a chácara, o vídeo game, o Uber, a zoeira, as confissões e a naturalidade de quem ama e não precisa ter vergonha de amar.

Mais uma vez meu coração se enche de gratidão, se reabastece da luz que habita o coração de vocês e ecoa também no meu coração. Quanta demonstração de carinho, quanto abraço fraterno, quanto olhar cheio de ternura, quanta comunhão de estabeleceu entre nós! Eu teria que escrever um livro pra contar o número de vezes que me senti em casa, acolhido, amado, respeitado e em família com e por vocês.

Vocês plantaram um negócio em mim que só vocês são capazes de arrancar: saudade. Só me encontrando com vocês sou capaz de aliviar, um pouco, a falta que vocês me fazem, e por isso, eu tenho crescido na compreensão do que é de fato ter comunhão com o outro, pela unidade que se estabeleceu entre nós. Isso é mais forte que a morte. Isso perdura intacto e vivo até a eternidade.

Obrigado queridos. Com vocês vejo claramente a diferença entre as teorizações acerca do amor e a vivência prática e plena dessa explosão de vida em mim. Por isso, me vejo desprezando os poetas que preferiram apenas as palavras do que o mergulho profundo e objetivo nessa realidade do amor. Hostilizo as reflexões que claramente não sabem do que estão falando, visto que apesar de bonitas em sua estrutura hexegética são vazias de real significado, por não serem frutos de experiência reais incorrendo em sofrer e viver todas as implicações dessa relação.

Com vocês me sinto em casa, deslumbro de uma amostra temporária daquilo que há de se eternizar, desfruto de um tiquinho daquilo que há de revestir todas as camadas da convivência humana para sempre. É como visitar o terceiro céu e voltar sem palavras, sem condições de externalizar com exatidão a profundidade daquilo que se presenciou simplesmente por não haver vocabulário mais completo do que o silêncio referente e grato por uma convivência indescritível e inefável.

Obrigado, meus irmãos de São Luís do Maranhão. Obrigado. Até daqui a pouco. Até Deus nos juntar novamente. Não desistam de mim, é o que eu peço a vocês. Sejamos um, sempre. Amém.

Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz

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