Como criar uma história

A escrita é sem sombra de dúvidas uma das principais formas de comunicação compreendidas pelo homem. Muitas pessoas se utilizam da escrita para expressar suas ideias, passar conhecimento ou simplesmente criar histórias através de livros ou contos por exemplo. Esses que podem se encaixar em diversos gêneros, tais como romances, épicos, suspense, terror, técnicos e tantos outros tipos.

Para quem está começando nesse mundo de escritores e criadores de história gostaria de elencar os pilares para se criar uma boa história.

A ideia:
Partiremos do óbvio. Sem uma ideia central é impossível você criar alguma coisa de qualidade. A ideia será nosso ponto de partida. É aqui que definiremos o que queremos falar, pra quem queremos falar e como iremos falar.
É uma ideia geral, não muito aprofundada.
Digamos que você tem a ideia de escrever uma história curta, um conto talvez, sobre um homem que passou a vida tentando conquistar uma mulher que ele considera perfeita. Você imagina uma conversa mais aprofundada para um público mais culto e decide escrever um pequeno conto.
Percebe que é uma história muito vaga ainda, mas é uma ideia. A partir dessa ideia iremos criar todos os outros pilares.

Eu vou te contar um segredo e te dizer como eu escrevo os meus textos.
Eu chamo isso de tripé para uma boa história: Enredo – Ambientação – Personagens.

Enredo:
O enredo sempre parte de uma ideia. É aqui que você vai aprofundar e detalhar a sua história. Quem são os personagens. Onde eles estão. Que história eu quero contar. Lembra quando eu descrevi minha ideia para uma pequena história ali em cima? Vamos aprofundá-la para criar um enredo.
Esse homem vai estar em um café, um local que ele vai todo dia, pede sempre o mesmo item do cardápio e espera sempre a mesma mulher. Ele vai tentar se aproximar dela de alguma maneira, mesmo nunca tendo feito isso por anos. Eles vão dialogar e ele tentará conquistá-la. Após esses eventos ele acorda de um devaneio e se vê sentado no mesmo lugar dentro do café.

Você consegue perceber claramente que de uma simples ideia, eu criei toda uma história? Define um local e meus personagens e a maneira como eles vão interagir. Obviamente que você pode e deve detalhar muito mais o seu enredo, principalmente em histórias maiores e mais complexas, mas isso é assunto pra outra hora ok?

Com tudo isso defino e em mente podemos partir para o próximo pilar do nosso tripé.

Ambientação:
A ambientação nada mais é do que o local onde nossa história vai ocorrer. Em um pequeno conto a ambientação não será algo complexo de se fazer já que sua história se passará em poucos atos. No nosso exemplo já no enredo definimos o local como sendo um café. Cabe a agora detalharmos esse lugar. Podemos dar um nome, Café anos 80 por exemplo, isso já remete o leitor a imaginar um local mais vintage, com temática dos anos 80. Você pode detalhar os aromas, a mobília, as pessoas que frequentam o lugar. Você consegue imaginar cada um dos itens que descrevi conforme você ia lendo não é? É exatamente esse sentimento que o leitor precisa ter ao ler sua história. Ele precisa através dos teus detalhes “enxergar” o ambiente na sua cabeça. Ele precisa sentir o aroma e visualizar cada canto daquele lugar.

Essa talvez seja uma das partes mais difícil da sua história, exatamente porque você precisa encontrar a medida certa de detalhes para não transformar sua história numa interminável descrição de uma parede branca desde sua construção até os dias atuais. É perceber quais detalhes chamam a atenção do leitor e quais podem ser irrelevantes. Detalhes demais podem ser tão ruins como detalhes de menos. A dica é simples, detalhar o necessário para que o leitor tenha informações suficientes para construir a cena em sua mente. Como você vai saber o quanto deve detalhar? Leia seu texto e revise quantas vezes forem necessárias. Se você for capaz de imaginar tudo o que está descrito as outras pessoas também serão. Muito cuidado para não complicar ou simplificar demais. Conheça o público para quem você irá destinar suas histórias e certamente terá êxito.

A última parte do nosso tripé são os personagens:

Personagens:
Eles são de suma importância em sua história. Seja(m) ele(s) o(s) personagem(ns) principal(is), ou coadjuvante(s). É nesse momento que você deve descrever as características deles. Tanto físicas como intelectuais. Exatamente porque com a mistura dessas características você consegue deixar muitas coisas subentendidas sem necessariamente descrevê-las.
Se você ler esse trecho:

“..Há anos Ele queria se aproximar e tentar iniciar alguma conversa, mas o que diria? O que perguntaria? Ela provavelmente era casada ou teria algum namorado, mas não carregava consigo uma aliança. Às vezes seus olhares se cruzavam e Ele tinha a nítida impressão que Ela havia piscado para Ele. Mas e se não tivesse? E se Ela estivesse olhando para outra pessoa…”

É fácil perceber que mesmo sem ter escrito uma única palavra sobre as características de personagem você identifica que Ele tinha medo de se relacionar com mulheres. Que Ele tem dificuldades para iniciar um diálogo com um desconhecido. Mesmo sem tê-lo descrito você consegue extrair do texto todas essas informações.
Você pode também, simplesmente descrever características físicas para que o leitor crie seu próprio personagem na cabeça a partir das informações que você passou, como nesse trecho por exemplo:

“… mas o principal motivo era Ela. 09h19min todos os dias. Sempre no seu vestido tubo branco colado.
Como Ela era linda, Ele pensou.
O corpo parecia esculpido a dedo. Seios fartos e uma cintura milimetricamente desenhada. A bunda empinada no tamanho certo, coxas grossas e canelas finas adornadas por um salto que salientava ainda mais o seu culote. Ela era cheia de si. Caminhava como uma rainha desfila no meio de seus súditos. Ela era poderosa, independente…”

Fica fácil montar a imagem Dela na sua cabeça. Você tem características físicas e psicológicas que o próprio personagem te apresenta.

Com esse tripé você facilmente consegue criar qualquer tipo de história de forma simples e objetiva.

Você deve estar se perguntando, mas e o final? Como eu crio um bom final? Posso te dizer que isso depende muito de cada estilo e história, mas isso é assunto pra outra hora ok?

Ezequiel Covatti
zikecovatti@gmail.com
Autor do livro: “As Crônicas do Rei, A Lenda de Sazael” – http://amzn.to/2DkSpqM

Ezequiel Covatti

 

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