Boa parte das nossas iniciativas tem relação com a tentativa de: provar nosso valor, nos sobressair sobre os outros, demonstrar sinais de felicidade e receber privilégios de prazer, satisfação e reconhecimento social. Pense bem na motivação das suas postagens na internet, avalie seus sentimentos quando um aviso seu, na rede social, praticamente não recebe nenhuma atenção por parte das pessoas. Frustrante né?

É focando nisso que boa parte de nós nos esquecemos de viver para além dos olhares sociais. Ficamos o tempo todo nos perguntando: o que estão pensando e falando sobre mim, qual o meu nível de relevância nos meios em que interajo, como as pessoas me veem, eu sou melhor do que quem e no quê, por que o outro na idade que tem já conseguiu tantas coisas e eu permaneço tão atrasado? Poderia me estender e citar outras perguntas, mas por ora essas já bastam.

É certo de que precisamos aprender a nos concentrar em descobrir a verdade sobre nós, sem comparação com ninguém, tentando nos blindar dos olhares à volta, dos julgamentos alheios, do alto ou baixo conceito que temos para com os demais. Talvez precisamos focar na verdade que naturalmente encontramos em nós. Eu sempre preciso dizer a mim mesmo isso: pare de exigir tanto de você, pare de se cobrar tanto, simplesmente seja quem você é.

Isso faz sentido pra você?

Quando a gente não perde tempo tentando nos encaixar nas caixinhas de percepção dos outros, acabamos investindo tempo naquilo que realmente importa: em ser e melhorar o próprio ser. Quais hábitos, ações e situações do dia a dia que realmente se coadunam, se harmonizam com o que você é? Infelizmente, há pessoas completamente envolvidas com atividades que não tem nada a ver com elas.

Disseram que tinha que aprender inglês, disseram que era preciso saber tocar pelo menos um instrumento, minha família espera que eu faça o curso de Direito, meus patrões me ameaçaram me despedirem se eu não atender o telefone no meio da madrugada, meus amigos disseram que eu tenho que fazer o que não gosto de fazer, e por aí vai.

Será que vale a pena viver sem se concentrar na verdade que somos? Será que precisamos anular completamente nossa identidade, nossas construções interiores, nossos gostos para atender a certas exigências sociais?

Sabe porque esse Blog recebe postagens diárias? É porque ninguém está exigindo isso de mim! É porque sou feliz escrevendo, expressando, dialogando, refletindo, pensando as coisas que aqui estão. Por isso, a força interior para realizar isso é quase que inesgotável. Esse blog, como outras coisas que faço, têm tudo a ver comigo, com meus objetivos de vida, com minha razão de viver. Quando é assim, tudo se torna mais natural, todo obstáculo é enfrentado com mais coragem, com mais fé.

Se você não sabe nem o que você quer na vida, é tempo de parar um pouco, fazer uma viagem interior e ir em busca dessa realidade que você ainda não descobriu sobre si mesmo. Auto-conhecimento é o primeiro passo.

Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz

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