Recentemente algumas pessoas me perguntaram se eu era evangélico. A resposta é sempre a mesma: não estou vinculado nem ao movimento católico, nem ao evangélico, não mais! Por quê? Porque entendi que a simplicidade do ensino de Jesus é uma heresia e uma grande afronta a qualquer que seja o sistema que tente centralizar o poder da revelação, criando mecanismos de controle social, de poder e status e de dogmatismos.

Respeito quem participa desses movimentos, tenho amigos em vários deles, não tento convencer ninguém a sair das comunidades que participam (até por que, cada um tem sua própria consciência), mas para mim não dá mais, particularmente a mim é insuportável (acredite, eu já tentei).

Graças a Deus existem comunidades sérias, que mantém a essência do evangelho viva, mas hoje em dia, prefiro os encontros singelos, sem pompa, sem formalismos, sem liturgias engessadas, onde os recursos financeiros vão diretamente aos necessitados e não para a manutenção organizacional.

Prefiro as confissões íntimas, do que os discursos floreados, prefiro o ensino essencial de Jesus aplicados ao chão da vida, não mais os louros oferecidos aos “grandes” homens de Deus que detém para si os segredos da revelação de Deus, prefiro as pessoas “normais” que servem pela mínima consciência do Reino e portanto, ministram naturalmente, às vezes até sem saber que estão ministrando!

Prefiro o comprometimento sem algemas, a voluntariedade sem o medo do peso da mão de Deus, a presença consciente sem o receio da desaprovação do Pai. Prefiro relacionamentos que tocam o coração, convívios que de fato edificam, do que aqueles que são mera aparência, que não passam do considerado costume, tradição, hábito não mais ciente de seu significado.

Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz