Em todo seu afazer
Mesmo com pouca calma
Ainda que desconcertante
Faça com a alma
Sem alma tudo vira biologia pura
Tudo vira mecânico, máquina, objeto
Alma doente que se cura
Cura adoecendo e adoece curando
Fazer por fazer é adoecer
O fazer ou não fazer
Pelo crivo da alma passa
Sopra vida ao viver
Não extrai o sofrer
No entanto permite o ser
Ser quem quiser ser
Alma que cala, alma que grita
É ela quem avisa
Sem vigia na guarita
Como é que fica?
Viver sem alma é anular a vida
É assassinar a arte, engaiolar os sentimentos
Nada sem alma se faz
O fazer sem alma é vazio
Ausente de sentido
Carente de motivos
Experiência nula
Eis alguém que põe sua alma no que faz
A obra ganha vida, se energiza e sobressai
Ainda que imperfeita e sem simetria
Ação que parte da alma repercute por onde vai
Allan Felipe S. de Freitas
allanfelipe.psi@gmail.com