Estalos de Leitura #5 – Rafael de Campos

“A liberdade me ensinou, e muito bem, que nela se concentra todo o prazer possível”.
― Margarida, rainha de Navarra

Por mais que as ciências e algumas religiões tentem tornar objetivo o conhecimento da Realidade — portanto, fugindo dela — voltar a Realidade é a tarefa mais necessária que a humanidade poderia optar. Qualquer objeto do pensamento que dissolva a Realidade é, por si só, óculos para um mundo ilusório.

“Independentemente de acreditarmos ou não, o que a grande maioria de nós pensa quando pensamos em Deus é uma versão divina de nós mesmos” –Reza Aslan

hanna

“Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias”. Caio Fernando Abreu

Já parou para pensar que quanto mais arraigada uma coisa está em nosso cotidiano, mais é difícil de perceber e apreciar sua contingência?

Acho pertinente aos cristãos [pensar, no mínimo e saber responder, um dever a ser vivido] a pergunta-chave que Jurgen Moltmann faz, em O Deus Crucificado: “que significa recordar o Deus crucificado em uma sociedade oficialmente otimista que caminha por cima de muitos cadáveres?” Assim como naquele tempo (séc XX), a crise cristã teológica, atual e permanente, sustenta uma soteriologia pessoal e individual que opera com conceitos de ‘deus’ que evidenciam tal crise.

Por uma maneira mais nobre de viver:

“Que todos sejam felizes!
Fortes ou fracos, de condição elevada, média ou baixa, pequenos ou grandes, visíveis ou invisíveis, próximos ou distantes, nascidos ou ainda por nascer — que todos sejam completamente felizes!
Que ninguém minta, nem despreze quem quer que seja em parte alguma. 
Que ninguém, por raiva ou por ódio, deseje mal a criatura nenhuma!
Amemos todas as criaturas, como uma mãe ama seu único filho!
Que nossos pensamentos afetuosos se espalhem pelo mundo inteiro, [acima, embaixo, de um lado a outro — sem limite; nosso amor não conhecerá obstáculos — uma benevolência infinita com o mundo inteiro, irrestrita, livre de ódio ou de inimizade. Parados ou caminhando, sentados ou deitados, enquanto estamos despertos, devemos cultivar esse amor em nosso coração].

* poema budista

Há algumas situações-limite que devem ser combustível para novas posturas, nova disposição, nova seriedade perante a vida: com toda certeza, a morte é uma dessas situações.

Rafael de Campos

Rafael de Campos
elfaracampos@hotmail.com

 

 

 

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