A morte, sem dúvidas, é uma pedra no sapato do ser humano desde os primórdios da história. Como é triste ir a um velório e contemplar a tristeza, o choro, a angústia de alguém que perdeu seu esposo, seu filho, seu pai, etc. É a dor da separação, é a empatia em relação a dor que o amado sofreu, é a triste sensação de que embora a gente quisesse que só acontecessem coisas boas na vida, o caos, a maldade e a morte é uma realidade impossível de se ignorar.

Paulo disse que o último inimigo a ser vencido é a morte; e para os que creem em Jesus, esse tema é um dos mais importantes de seus ensinos, visto que a consciência de eternidade de Jesus está presente quase que o tempo todo naquilo que ele disse e demonstrou a todos os que tiveram contato com ele.

Quando Jesus ressuscitou Lázaro dentre os mortos, ele estava ensinando aos seus discípulos que Ele tem poder sobre a morte, que ela não é um ente em si mesmo, que ela não é a realidade última e de que ela irá cessar! Ao ladrão da cruz, prestes a morrer, Jesus disse: hoje mesmo estarás comigo no paraíso!

Pior morte do que a do corpo é a morte do amor em nós. Essa sim é aquela que devemos temer! Por causa do aumento da iniquidade, o amor de muitos se esfria a cada dia, e não há coisa pior do que perceber-se dessensibilizado no amor. A verdadeira morte é se tornar indiferente a dor do próximo, é se deixar sujar o coração com todo tipo de malícia a ponto de querermos tirar vantagem de tudo e de todos, numa perspectiva meramente material e individualista. Quem passou da morte para a vida provou o Amor. Quem se converteu, se converteu ao Amor. Quem conheceu a Deus, passou a amar, porque Deus é amor. A vida abundante que Ele veio trazer é de fato a abundância e generosidade do amor.

Por isso, quem creu no evangelho lida com a morte como uma passagem. Para Paulo o viver é Cristo e o morrer é lucro. E a garantia de Jesus permanece no coração: quem crer ainda que morra, viverá, e mais, quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.

Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz