Mais uma madrugada.
Alice, acordada há algum tempo, chorando,desesperadamente, ela e eu.
Não era fome, não era fralda suja, não era frio ou calor. Inúmeras massagens e remédio pra cólica já tinham sido realizados. E eu, me culpava por não entender o que ela tentava me falar. E chorava, tão desesperadamente quanto ela. Chupeta não acalmava. Banho de balde não acalmava. Música de ninar não acalmava e até o bendito som do útero, não acalmava. Eu ficava me perguntando o que eu deixei escapar, me fazendo inúmeras cobranças, e tentando entender aonde a enfermeira se perdeu nessa bagunça toda.
Sentada na cama, ela e eu em lágrimas, num balanço frenético que deveria ser para ninar o bebe, entre tantas pescadas devido às tantas noites sem dormir, sinto o toque dele, testificando se não adormeci novamente ou entrei no automático.
Ele me olha com tanta ternura, e me diz pra não me cobrar tanto. Levanta, a pega no colo como um super herói. “Deita um pouco”, ele me diz. E eu fico me perguntando como ele pode estar tão calmo diante de todo esse caos que estamos vivendo. De longe eu escuto o chorinho diminuindo, ela se acalmando, como se ele fizesse mágica.
E ele volta, orgulhoso, com ela nos braços, dormindo esparramada.
Agradeço a Deus, pela sua vida. Por você cuidar de nós duas, pelo pai maravilhoso que você é.
Por ser a calmaria que não consigo ser.
Amamos você
Obrigada por tudo.
Rafaela Lima
rafaelalmsantana@gmail.com