Certamente, um dia, hei de me retirar da fisicalidade espaço-temporal.
Certamente, um dia, tudo que fui, ou não fui, já não será o que tento ser ainda.
Certamente, um dia, todos os meus anseios, ou falta deles, já não terão a veemência com à qual emergem a cada nova manhã ou madrugada.
Certamente, um dia, todas as “tragédias e dores”, já não serão interpretadas como hoje venho interpretando.
Certamente, um dia, entenderei o porquê do agora se chamar presente.
Certamente, um dia, entenderei que mudar alguém, obrigar um semelhante à abrir os olhos para a VIDA, não pode se tornar uma obsessão, culminando na inconveniência. Ora, se Deus nunca foi um “Chatotorix” e, imerecidamente, me entregou seu Espírito e Pensamento, não me obrigando à CRER, do mesmo modo devo acolher e entender os sinceros e genuínos devaneios alheios, assim como acolhem e não julgam os meus defeitos e erros.
Certamente, um dia, decifrarei a realidade do AMOR, logo, terei o discernimento do que é Amar, pois, se Deus ama um ser tão ambíguo e irresponsável como eu, como é possível eu não amar a VERDADE que ELE É?
Certamente, quando eu me for, e eu me vou, vendo Sua face, eu entenda de uma vez por todas que qualquer ato, por mais extraordinário, comovente e “amoroso” que pareça, não sendo fruto da Verdade, objetivando apenas a elevação do si mesmo, de Nada vale em mim.
Todavia, quero que minha VIDA, desde já, seja a busca por esse entendimento, pois, desse modo, mesmo que um dia eu me vá, permanecerei para todo sempre.
E , quando você me encontrar no Lugar dos não Lugares, entenderemos que a busca por tudo que não é Amor, nunca foi absolutamente NADA, que a busca pelo não Amor é morrer ainda vivendo…
Em memória Dele, que absorveu todas as nossas loucuras e nos deu a Eternidade!
Marcelo Bark
marcelobark@yahoo.com.br