O avião em queda e a tendência humana

Todos ficamos horrorizados diante de tragédias que envolvem aviões caindo e matando dezenas de pessoas! Os sentimentos se misturam, em parte estamos empáticos à dor dos que ficaram, em parte pensamos nos sofrimentos daqueles que viveram o próprio terror, e por fim, parte de nós acaba perguntando: O que houve de errado? De quem é a culpa? Porque essa injustiça aconteceu? Porque coisas assim acontecem?

Sem entrar no mérito de causas específicas de determinados acidentes aéreos, mas de forma geral, estamos lidando com uma força maior do que nós mesmos: a gravidade! Sim, a gravidade. Antes que você ache patética a minha afirmação, convido você a pensar um pouco mais na lei da gravitação universal teorizada por Isaac Newton:

“Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa seus centros de gravidade.”

Trocando em miúdos, isso significa que, a menos que sustentemos de uma forma artificial um avião sobre as nuvens, ele inevitavelmente cairá e colidirá com a terra, por causa da força gravitacional. É preciso fazer manutenção da força que o mantém lá em cima, pois voar é contra a tendência natural das coisas! É preciso um esforço constante, um poder contínuo, um motor em pleno funcionamento para que o pior não aconteça.

Isso se parece muito com os dilemas das tendências humanas. Você já percebeu o sacrifício que é se segurar para não comer exageradamente o seu prato predileto? E quanto à nossa facilidade de visitar os extremos do humor? E o que dizer da nossa “queda” pela vingança, mentira (para escapar das consequências nem sempre fáceis da verdade), egoísmo e indiferença? Parece que há uma tendência estabelecida dentro de cada um de nós! Não é preciso ensinar uma criança a ser manhosa, egocêntrica, manipuladora ou birrenta. Já faz parte do “software” dela desde a mais tenra idade. O esforço é em construir o caráter, o altruísmo, a sensibilidade para a valorização das pequenas coisas, é como se lutássemos contra a gravidade o tempo todo.

Dê poder a alguém e veja a dificuldade dele em se manter com o espírito de servo. Dê riqueza a um homem e contemple a sua batalha diária para preservar valores como a humildade e a generosidade (pois quanto mais se tem, mais se deseja ter, essa é mais uma tendência humana). Dê acesso ilimitado a um ser humano e veja a sua dificuldade de usar desse acesso com equilíbrio e bom senso.

Vejo essa gravidade existencial dentro de mim, essa tendência de querer sempre o que me é proibido, exagerar naquilo que é prazeroso, não fazer gestão da vida com equilíbrio afim de promover a paz interior e exterior. As vezes, uma situação simples como ter um saquinho de amendoim em cima da mesa de trabalho já um desafio comparável aos Jogos Olímpicos; tentar não comer tudo é como domar um leão!

Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz
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Como está o avião da sua vida? Em queda? No ar, voando e com boa autonomia? Você tem aprendido com os desastres da sua existência?

4 comentários sobre “O avião em queda e a tendência humana

  1. Bom dia meu querido amigo . boa reflexao . como o apostolo Paulo falou o que eu quero fazer eu nao faço e o que não quero fazer eu faço.. Lembrando que o avião da nossa vida pela nossa tendência maquiavelica sempre esta disposto a colidir com as montanhas do pecado mas pela graça e amor de Jesus . conseguimos em alguns momentos se desviar da colisão. convido a cada um de nós a refletir , o que tem na caixa preta do nosso avião. abs…

    1. Fábio, meu amigo, perfeita sua colocação, ótima a reflexão que vc propôs. Obrigado pela presença aqui no blog e pela alegria de vê-lo compartilhar suas ideias que pra mim são muito preciosas! Desviar da coalisão é o maior dos desafios, e geralmente somos nós mesmos que causamos nossas quedas… abraço querido amigo!

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