Toda criança tem sonhos, comigo não era diferente! Desde a mais tenra idade eu fui descobrindo a paixão como a de quase todos os brasileiros, pelo futebol. Minha mãe decorava o bolo de aniversário, as paredes, colocava coisas penduradas no teto com desenhos dessa temática: bolas, grama, trave, jogadores, detalhe “do Corinthians“! Não sei o porquê disso, visto que meu pai é santista e ela nem liga para o futebol, mas certamente devia ter uma simpatia por esse time, só pode ser!
Até que com poucos anos de idade vi uma cena inesquecível: todo domingo meu falecido tio Beto (irmão de meu pai) estendia a camisa de seu time em cima da cadeira, pegava sua garrafa de vinho e ia pra frente da televisão torcer fervorosamente por mais uma vitória do São Paulo Futebol Clube. Ah, foi paixão à primeira vista! Desde aquele tempo o sonho de ser jogador de futebol foi aumentando, e a admiração por esse clube crescia ainda mais.
Desde cedo, pegava dois “hominhos”, uma bola de gude, uma trave improvisada por meu pai, um pedaço daquelas redinhas de pôr laranja, um recorte de jornal com a escalação do time, sentava no tapete da sala e passava horas a fio simulando uma partida de futebol, sendo eu o narrador, os jogadores e é claro, o São Paulo era sempre o campeão! Na era do glorioso Super Nintendo esse era o jogo mais querido: O Super Star Soccer Delux! Depois veio o Wining Eleven no computador e logo depois disso, o FIFA, que em minha opinião, é de longe o melhor simulador de futebol de todos os tempos.
Vi pela televisão Palhinha, Raí, Mineiro, Zetti, Rogério Ceni, França, Kaká, Lucas, Washington, Telê Santana, Muricy Ramalho, Paulo Autuori, jogadores e técnicos que levaram o São Paulo à 3 títulos do Mundial Interclubes e a vários títulos Nacionais incluindo o Campeonato Brasileiro.
Tive o privilégio de assistir o São Paulo jogar em duas ocasiões: no ano de 2000, em Campo Grande MS, Comercial X São Paulo, o tricolor perdeu por dois a um, mas vi um dos últimos gols do Raí com a camisa do São Paulo. Gol de cabeça! Há uns 4 anos atrás, vi o São Paulo vencer o Grêmio Prudente por três a dois, aqui em Presidente Prudente SP, com direito a gol de falta do Luís Fabiano e a presença ilustre do Rogério Ceni, um dos maiores ídolos da torcida tricolor. Que emoção!
Sempre que jogo futebol hoje em dia, com 30 anos de idade, ainda sinto aquela alegria de viver a nostalgia da infância, claro que minha habilidade não é lá essas coisas, mas o prazer de driblar, marcar um gol, dar uma assistência é realmente uma explosão de felicidade dentro de mim.
Tenho tentado passar essa paixão juvenil para minha filhinha Sophia (3 anos), o que não é uma atitude muito imparcial (rsrsrs). Desde cedo comprei uma camisa do São Paulo e até hoje ela vibra quando vê o símbolo do time estampado em qualquer que seja o lugar.
Jamais consegui entender o porquê de haverem pessoas que transformassem o futebol em uma espécie de religião! Mesmo com toda essa admiração pelo meu time do coração, jamais isso foi para mim motivo para brigar, desrespeitar, muito menos agredir pessoas que torcem para outros times.
Rodrigo Campos
Um Caminhante Aprendiz
E aí? Qual sempre foi o seu sonho de criança? Qual a sua paixão juvenil?